ONU: Pandemia leva 65% dos países pobres a cortar orçamento para educação

Em nações de renda média e alta, a redução foi de apenas um terço na pandemia, aponta relatório do Banco Mundial

Este conteúdo foi publicado originalmente pelo portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

A crise global de Covid-19 afetou em cheio os orçamentos para educação em países de rendas baixa e média baixa. O auxílio para o setor cresceu 21% nos últimos dez anos com apenas um período de cortes, entre 2010 e 2014.

Desde 2014, os investimentos recuperaram 30% num recorde de quase US$ 16 bilhões em 2019. Mas com a pandemia, o cenário mudou e mais de 65% dos países mais pobres estão reduzindo o orçamento para as escolas.

Os dados são do relatório do Banco Mundial e da Unesco. Segundo o documento, os números também indicam as grandes disparidades entre os países ricos e pobres e como o sistema de educação é gerenciado.

ONU: Pandemia leva 65% dos países pobres a cortar orçamento para educação
Sala de aula na Costa Rica, em setembro de 2020 (Foto: Unicef/Priscilla Mora)

Diferenças

Antes da Covid-19, nações de renda alta investiam o equivalente a US$ 8,5 mil por criança ou jovem matriculados. Já nos países pobres, este gasto era de US$ 48. Com a pandemia, as diferenças aumentaram.

O relatório também alerta sobre o risco de um colapso dos recursos necessários para o setor e até mesmo sobre o alcance dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).

O financiamento externo é crucial para o apoio à educação nos países mais pobres. Mas com a crise, os países doadores devem canalizar essa ajuda para suas próprias necessidades domésticas.

Além disso, a saúde e outras emergências também precisam de financiamento. A previsão do Banco Mundial é de uma queda de US$ 2 bilhões no auxílio à educação se comparado aos pontos altos 2020. O índice não deve retornar aos patamares de 2018 por seis anos.

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Sem internet, meninos estudam com cadernos usados nos arredores de Nova Délhi, capital da Índia, em julho de 2020 (Foto: Unicef/Vinay Panjwani)

América Latina e Caribe

Em nota, a Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe) divulgou um novo relatório sobre o impacto do coronavírus nas taxas de mortalidade da região.

Na nova edição do Observatório Demográfico da América Latina e do Caribe, a Cepal afirma que a pandemia golpeou as melhorias registradas em índices de expectativa de vida e criou retrocessos em alguns indicadores.

Desde a primeira notificação da Covid-19 no Brasil, em 25 de fevereiro de 2020, a pandemia tem causado inúmeros desafios econômicos e sociais para a região que afetam a luta contra a pobreza, a desigualdade, proteção social e saúde.

O Observatório revela que os dez países com o maior número de mortes pela Covid-19 até 31 de outubro são o Brasil, Peru e Bolívia. Em seguida estão o Chile, Equador, México, Argentina, Panamá, Colômbia e Bahamas.

Já as nações que registram menos mortes são: Curação, Cuba, Uruguai, Antigua e Barbuda, Jamaica e Trinidad e Tobago. As taxas de óbito são maiores em grupos de pessoas idosas e em lugares com sistemas de saúde precários. 

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