Mais de um em cada seis jovens deixaram de trabalhar desde o início da pandemia do novo coronavírus. Aqueles que continuam trabalhando viram suas horas de trabalho serem reduzidas em 23%. Os dados foram divulgados pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) nesta quarta (27).
De acordo com a 4ª edição do “Monitor da OIT: o Covid-19 e o mundo do trabalho”, os jovens estão sendo mais afetados pela pandemia. O aumento rápido e substancial do desemprego afeta sobretudo mulheres jovens.
Antes da pandemia, a taxa de desemprego entre os jovens, de 13,6% no ano passado, era maior do que outros grupos analisados pela OIT. Cerca de 267 milhões de jovens estava sem emprego, formação ou educação em todo o mundo.
Pessoas entre 15 e 24 anos com emprego ainda têm mais chance de estarem em situações que os deixam vulneráveis, como em ocupações mal remuneradas, trabalho no setor informal ou como trabalhadores migrantes.
Medidas de segurança
A OIT analisou ainda medidas que tornam os ambientes de trabalho mais seguros para o retorno de trabalho. Segundo o relatório, é necessário testagem e monitoramento rigorosos.
Segundo a organização, essas medidas podem reduzir a dependência de medidas rigorosas de confinamento; aumentar a confiança do público, incentivando assim o consumo; e ajudar a minimizar os problemas nos locais de trabalho.
As testagens e o monitoramento poderiam, inclusive, gerar empregos, mesmo que temporários, direcionados a jovens ou outros grupos considerados pela OIT como prioritários.
“Testar e rastrear pode ser uma parte importante do pacote de políticas se quisermos combater o medo, reduzir os riscos e fazer com que nossas economias e sociedades voltem a funcionar rapidamente”, afirmou o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
Perdas
A OIT estima que o declínio das horas de trabalho no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, foi de 4,8%. Isso representa 135 milhões de empregos em tempo integral, considerando uma carga horária de 48 horas semanais.
Já a previsão para postos de trabalho perdidos no segundo trimestre de 2020 permanece em 305 milhões. As áreas mais afetadas pela pandemia foram as Américas, com perdas que representam 13%, e a Europa e Ásia Central, com 12,9%.