Livros de figuras pró-democracia foram retirados de bibliotecas públicas de Hong Kong. As obras serão revisadas para concluir se violam a lei de segurança aprovada pela China em maio, segundo a BBC.
A lei aprovada pelo Congresso da China aumenta o controle chinês sobre a ex-colônia britânica. A previsão é de suprimir qualquer ato que possa “ameaçar a segurança nacional”.
De acordo com o jornal “South China Morning Post“, pelo menos nove livros entraram na lista de “revisão”, como títulos escritos por Joshua Wong, proeminente ativista pró-democracia, e pela política Tanya Chan.
Desde que a lei entrou em vigor no último dia 30, vários importantes ativistas a favor da democracia se afastaram de suas funções. Um deles, o líder estudantil e legislador local Nathan Law, fugiu do território.
Ao descartar as críticas, a China afirmou ser necessário parar atos como os vistos no ano passado. Na ocasião, milhares foram às ruas da ex-colônia britânica, devolvida à China em 1997.
Os locais protestam contra o que consideram crescente influência da China no território e no governo de Carrie Lam, chefe do Executivo no território.
Críticas à lei
Diversos países fizeram críticas à imposição chinesa, como Austrália e Reino Unido.
Nesta quinta (9), o governo australiano anunciou a suspensão do tratado de extradição com Hong Kong e a concessão de vistos de estudante e temporários para 10 mil cidadãos da ex-colônia britânica.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, afirmou que a lei de segurança aprovada pela China é uma “mudança fundamental em relação ao nosso acordo de extradição com Hong Kong“.
A suspensão do acordo de extradição segue um movimento semelhante pelo Canadá, de semana passada. A Nova Zelândia também afirmou estar analisando “ajustes no relacionamento” com Hong Kong.
Em junho, o premiê britânico Boris Johnson afirmou que o Reino Unido iria “mudar suas regras de imigração se Beijing impuser sua lei de segurança nacional”.
Há cerca de 2,9 milhões de pessoas, nascidas em Hong Kong antes da devolução à China em 1997, que podem pleitear residência no Reino Unido.
Destes, 349 mil tem os chamados passaportes ultramarinos. Após um ano de residência, seria possível iniciar o processo de cidadania.