Premiê britânico diz que ‘proverá alternativa’ a cidadãos de Hong Kong

Em artigo a jornal da ex-colônia do Reino Unido, Johnson prometeu facilitar migração e abrir espaço para cidadania

O premiê britânico Boris Johnson afirmou que o Reino Unido vai “mudar suas regras de imigração se Beijing impuser sua lei de segurança nacional” em artigo publicado nesta quarta (3) no jornal “South China Morning Post“, que circula em Hong Kong.

No artigo, em tom duro, Johnson afirma que, “se necessário, o governo britânico dará esse passo e o dará de bom grado”. O primeiro-ministro assinou o artigo, publicado na seção de opinião.

Há cerca de 2,9 milhões de pessoas, nascidas em Hong Kong antes da devolução à China em 1997, que podem pleitear residência no Reino Unido. Destes, 349 mil tem os chamados passaportes ultramarinos. Após um ano de residência, seria possível iniciar o processo de cidadania.

Beijing afirma que todos os nascidos no território são cidadãos chineses, sem exceção.

Premiê britânico diz que 'proverá alternativa' a cidadãos de Hong Kong
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, em encontro da ONU em 2016 (Foto: UN Photo)

Visão de Londres

De acordo com Johnson, a “Grã-Bretanha não poderia, de consciência limpa, dar de ombros” ao que definiu como medo dos cidadãos do território de perder liberdades individuais e de mercado.

O artigo faz uma longa defesa da liberdade na ilha, ex-colônia britânica devolvida à China em 1997. Afirma que o “maior interesse em preservar o sucesso [de Hong Kong]” é Beijing.

O primeiro-ministro lembrou do acordo conjunto assinado pelos dois países e que previa “o precioso conceito de ‘um país, dois sistemas'”. O modelo garantiria independência do território, com exceção de questões de defesa e relações exteriores.

O documento assinado há 22 anos prevê que “os sistemas social e econômico em Hong Kong vão continuar, sem modificação”.

Para Johnson, como Londres “recebe a China como um membro de liderança na comunidade global, espera que o país adira a acordos internacionais”.

O premiê afirma “ter dificuldade para entender como a última medida [a lei de segurança chinesa] pode abreviar as tensões em Hong Kong”.

O jornal responsável pela publicação do artigo, “South China Morning Post”, foi fundado em 1903 e tem postura historicamente crítica à China. Desde 2015, é controlado pelo Alibaba Group, de Jack Ma, uma das maiores empresas da China continental.

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