União Europeia afirma que o risco de ataques terroristas em países do bloco é ‘enorme’

Após dois ataques com vítimas fatais, países ampliam o alerta conforme se aproxima o Natal e segue a guerra no Oriente Médio

O risco de que países da União Europeia (UE) sejam palco de novos ataques terroristas nas últimas semanas de 2023 é “enorme”. A avaliação é de Ylva Johansson, chefe de assuntos internos do bloco, que lançou o alerta na terça-feira (5). As informações são da rede Euronews.

“Com a guerra entre Israel e Hamas e a polarização que provoca na nossa sociedade, com a época festiva que se aproxima, existe um enorme risco de ataques terroristas na União Europeia”, declarou Johansson antes de uma reunião de ministros dos países-membros em Bruxelas, na Bélgica.

Segundo ela, a tensão aumentou conforme cresce também a propaganda extremista na internet, com grupos radicais, sobretudo o Estado Islâmico (EI), convocando atores solitários a realizarem ataques nos países europeus.

Ação policial em operação coordenada pela Europol, julho de 2020 (Foto: Facebook)
Europa sob ataque

De certa forma, a projeção pessimista já vem se confirmando, com dois ataques mortíferos registrados nos últimos meses e diversas ameaças de bomba que levaram ao fechamento de escolas em Viena, na Áustria, e em Bruxelas, bem como de atrações turísticas como o Museu do Louvre, em Paris.

Um episódio recente ocorrido na Alemanha reforça a necessidade de redobrar a atenção durante as festas de final de ano. Na semana passada, dois adolescentes, um de 15 e outro de 16 anos, foram presos sob suspeita de planejarem um ataque a um mercado de Natal na cidade de Leverkusen em nome do EI.

Nem todas as ameaças, entretanto, puderam ser evitadas antes de serem levadas a cabo. No dia 16 de outubro, também em Bruxelas, um homem de origem tunisiana, que havia jurado lealdade ao EI, matou dois cidadãos suecos com um rifle.

O extremista, mais tarde morto pela polícia belga, disse que agiu motivado pelo sentimento de vingança devido aos episódios de queima do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, ocorridos recentemente na Suécia. Por isso os alvos dele foram cidadãos suecos, que visitavam a Bélgica por conta de uma partida de futebol.

No último sábado (2), um cidadão alemão foi morto a facadas em Paris por um homem que disse ter agido em nome da mesma organização terrorista.

Após o atentado de Bruxelas, o presidente francês Emmanuel Macron já havia afirmado que “todos os Estados europeus são vulneráveis, ​e há de fato um ressurgimento do terrorismo islâmico.”

Agora, por ocasião do ataque de Paris, o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, afirmou que a França está “sob a ameaça do Islamismo radical a longo prazo” e precisa oferecer “uma resposta penal muito forte.”

Medidas de precaução

Na tentativa de se evitar mais derramamento de sangue, a chefe de assuntos internos da UE disse que 30 milhões de euros serão disponibilizados aos Estados-Membros para a proteção de locais de culto e de espaços públicos especialmente atraentes aos extremistas.

Fernando Grande Marlaska, ministro do Interior da Espanha, que ocupa a presidência rotativa do Conselho Europeu, também advertiu. “Num contexto internacional especialmente delicado, a situação no Oriente Médio pode agravar as tensões, aumentar a polarização e alimentar o terrorismo”, disse ele.

Nancy Faeser, ministra do Interior da Alemanha, seguiu pelo mesmo caminho. “Nossas autoridades de segurança estão trabalhando em estreita colaboração”, declarou ela. “Neste momento, temos de ficar particularmente atentos às ameaças islâmicas e trabalhar em conjunto com os países vizinhos contra a propaganda islâmica.”

A Europol, força policial do bloco europeu, faz coro com os ministros. “A ameaça terrorista global à segurança da UE continua sendo grave”, diz a entidade em seu site. A principal preocupação dos Estados-Membros é o terrorismo jihadista e o fenômeno estreitamente relacionado dos combatentes terroristas estrangeiros que viajam de e para zonas de conflito.”

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