Com Ômicron, FMI reduz otimismo para crescimento econômico em 2022

Instituição afirma que economia global deve crescer 4,4%, menos que no ano anterior. Crescimento projetado para 2023 é de 3,8%

Aumento de casos de Covid-19 com a variante Ômicron, a recuperação lenta das economias e a alta da inflação deixam o Fundo Monetário Internacional (FMI) menos otimista para a retomada em 2022. A instituição agora espera que a economia global cresça 1,5% a menos que no último ano, chegando a 4,4% de alta. Em 2021, o crescimento foi de 5,9%.

O aumento dos preços da energia e as interrupções no fornecimento também resultaram em uma inflação mais alta e mais ampla do que o previsto, principalmente nos Estados Unidos e em muitos mercados emergentes e economias em desenvolvimento.

Segundo o relatório, a perspectiva para o Brasil também enfraqueceu. O combate à inflação estimulou uma resposta da política monetária, que pesará sobre a demanda doméstica.

A revisão de crescimento, em grande parte, é marcada pela redução prevista nas duas maiores economias, Estados Unidos e China. O fim dos estímulos fiscais e o desabastecimento impactaram as estimativas para os EUA. 

Economia durante a pandemia (Foto: Bermix Studio/Unplash)

Na China, a retração no setor imobiliário, a recuperação mais lenta do que o esperado do consumo e as interrupções causadas pela pandemia com a política de tolerância zero contra a Covid-19 induziram uma redução na projeção de crescimento em 0,8%.

Para 2023, o FMI espera que o crescimento global desacelere para 3,8%. A expansão é 0,2% maior do que a estimada anteriormente, refletindo uma aceleração esperada, depois que os atuais obstáculos ao crescimento diminuírem no segundo semestre de 2022.

A previsão pressupõe que melhoras nos números da pandemia na maioria dos países até o final do ano, assumindo que as taxas de vacinação melhorem e as terapias se tornem mais eficazes.

Por outro lado, é esperado que a inflação alta persista por mais tempo do que o previsto, com interrupções contínuas na cadeia de abastecimento e altos preços da energia.

O indicador deve diminuir gradativamente à medida que os desequilíbrios entre oferta e demanda forem corrigidos ao longo do ano e a política monetária das principais economias surtirem efeito.

Em sua atualização, o FMI alerta que novas variantes podem prolongar a pandemia e induzir novas rupturas econômicas. Além disso, as interrupções na cadeia de suprimentos, a volatilidade dos preços da energia e as pressões salariais reforçam a incerteza sobre a inflação e da direção das medidas.

Com a elevação das taxas de juros nas economias avançadas, podem surgir riscos para a estabilidade financeira e os fluxos de capital, moedas e posições fiscais dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento, especialmente com os aumentos significativos nos níveis de dívida nos últimos dois anos.

Outros riscos são as tensões geopolíticas e a emergência climática em curso, o que significa que a probabilidade de grandes desastres naturais permanece elevada.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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