Marcados por intensa violência policial, os protestos após a sexta reeleição de Aleksandr Lukashenko, em pleito neste domingo (9), deixaram um homem morto e dezenas de feridos, Belarus. O presidente, chamado de “último ditador da Europa”, está no poder desde 1994.
De acordo com a Viasna, ONG de defesa aos direitos humanos, pelo menos três mil manifestantes foram detidos, incluindo militantes e jornalistas.
De acordo com os dados oficiais, Lukashenko foi eleito com 79,7% dos votos, enquanto a sua oponente, Svetlana Tikhanouskaya, recebeu 6,8%. O resultado é contestado por observadores e pela comunidade internacional.
De acordo com a Reuters, a polícia bielorrussa disparou canhões de água, gás lacrimogêneo e granadas de atordoamento para conter os manifestantes.
No Twitter, o jornalista Franak Viačorka relatou que a reação mais violenta do governo aos protestos ocorreu na capital, Minsk. Divididos, centenas de manifestantes aplaudiam a mais recente vitória de Lukashenko, em pleito considerado fraudado, enquanto a oposição protestava.
O desgaste com o atual governo, que já se prolonga há anos, acentuou-se em 2020 com a forma como Lukashenko lidou com a pandemia, considerando-a uma “psicose”. O presidente chegou a recomendar “vodka e sauna” para tratar a doença.
Também há desconfiança de que o presidente esteja envolvido na prisão do ex-candidato Sergei Tikhanovsky, marido da candidata que levou o segundo lugar. O motivo seria “fomentar a manifestação“.