Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News
Especialistas em direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) criticaram nesta semana as autoridades iranianas após a confirmação da morte de um jornalista e ativista que foi vítima de detenção arbitrária.
Em nota publicada em Genebra, o grupo considera terrível a morte de Jamshid Sharmahd, 69 anos, por acreditar que ele foi “submetido a sequestro e violações de vários direitos fundamentais, incluindo o de um julgamento justo”.
Morte sob custódia
O corpo de Jamshid Sharmahd foi devolvido à Alemanha na sexta-feira passada (7). Ele nasceu no Irã e foi naturalizado alemão.

Segundo os peritos, a morte dele sob custódia e o atraso no retorno digno do corpo à família violam seus direitos humanos. Os especialistas também pediram ao Irã que “interrompa todas as execuções judiciais”.
Jamshid Sharmahd foi detido em 2020 sem mandado das autoridades iranianas em trânsito pelos Emirados Árabes Unidos. Naquele momento, ele fazia uma viagem de trabalho e foi submetido a uma “rendição extraordinária” pelas autoridades iranianas, quando o prenderam sem mandado.
Confirmação de morte
Num vídeo apresentado na sequência da detenção, as autoridades iranianas mostraram Sharmahd vendado e confessando crimes contra o governo de Teerã.
Em 2023, a Suprema Corte iraniana confirmou a sentença por “corrupção na Terra”, a qual levou à declaração de pena de morte.
Em novembro de 2024, Teerã anunciou que Sharmahd havia morrido antes da realização de sua execução. A confirmação da morte aconteceu recentemente.
Em 2022, o Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenção Arbitrária divulgou um parecer sobre a detenção de Jamshid Sharmahd no qual reafirmava que a detenção dele “foi arbitrária e desprovida de qualquer base legal”.