Três ataques do Taleban terminam com soldados e civis mortos no Afeganistão

Ataques aconteceram em meio a impasse sobre negociação de paz entre o Taleban e o governo afegão na Turquia

Dez membros das forças de segurança do Afeganistão morreram após dois ataques de militantes do Taleban desde segunda-feira (12). No dia seguinte, uma explosão de carro-bomba matou três civis e deixou outros 24 feridos.

O primeiro avanço ocorreu na província de Balkh, quando criminosos alvejaram um posto militar. Cinco soldados morreram na ofensiva. Poucas horas de pois, homens armados atiraram contra uma base no distrito de Daha-e Ghori, na província de Baghlan. Outros cinco soldados foram mortos e quatro ficaram feridos.

O porta-voz do Exército afegão, Hanif Rezaie, confirmou as mortes ao serviço Gandhara, da Radio Free Europe. O Taleban assumiu a responsabilidade pelos ataques. Conforme um representante, 11 soldados morreram na emboscada, cinco oficiais foram capturados e diversas armas apreendidas.

Três ataques do Taleban terminam com dez soldados mortos no Afeganistão
Soldados do Afeganistão em ofensiva contra o Taleban na província de Helmand, Afeganistão, em novembro de 2012 (Foto: Divulgação/Al-Jazeera English/Creative Commons)

Os ataques aconteceram em meio ao impasse sobre a participação do Taleban na cúpula mediada pelos EUA e ONU (Organização das Nações Unidas) na Turquia. Com o declínio dos líderes do grupo, Washington transferiu a reunião para 24 de abril e ampliou o prazo para retirada das tropas aliadas do Afeganistão para 11 de setembro.

Poucas horas depois do anúncio, um carro-bomba explodiu e matou três civis em Farah, capital da província de mesmo nome, no oeste do Afeganistão. Entre as vítimas estava uma criança, disse Tariq Arian, um dos funcionários do Ministério do Interior à agência turca Anadolu. Até agora há registro de 24 feridos – a maioria civis.

A explosão ocorreu minutos antes dos moradores interromperem o jejum no primeiro dia do Ramadã. A celebração muçulmana reuniu fiéis em diversas partes do país para pedir que o Taleban cesse os ataques durante o mês de jejum.

A violência aumentou no Afeganistão desde a assinatura do acordo que negociou a saída das tropas entre o Taleban e os EUA, em fevereiro de 2020. Para o governo afegão, os talibãs buscam gerar insegurança no país e, assim, pleitear vantagens nas negociações do acordo de paz.

Ataques no Paquistão

No Paquistão, as forças de segurança disseram ter matado o terrorista veterano Peer Asad do TTP – grupo islâmico fundamentalista tido como o Taleban do Paquistão.

Conforme informações do jornal paquistanês “The News International”, Asad foi morto pelas forças de segurança em operação em Ladha, cidade do Waziristão do Sul.

Asad integrava o grupo desde 2006 e já teria participado de diversas atividades terroristas contra as forças de segurança do país. Ele era o militante do TTP mais procurado do Paquistão.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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