Cresce lavagem de dinheiro de cartéis por empresários chineses, alerta EUA

Com prática, lucros do tráfico são enviados à China e retornam ao México via aplicativos bancários chineses

As autoridades policiais dos EUA já alertam sobre uma nova ameaça envolvendo cartéis e empresários chineses. Segundo a Reuters, pequenos grupos criminosos inovaram a técnica de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.

A prática consiste em encaminhar os lucros das substâncias ilegais dos EUA para a China e novamente para o México via celular, em aplicativos bancários chineses. O método evita que grandes somas de dinheiros cheguem às fronteiras.

Investigações apontam que criminosos pagam a pequenas empresas chinesas nos EUA e México para movimentar os fundos. A maior parte do contato ocorre no sistema bancário da China – um local inóspito para as autoridades norte-americanas e mexicanas.

Cresce lavagem de dinheiro de cartéis por empresários chineses, alerta EUA
Notas de dólar norte-americano (Foto: Pexels)

Segundo promotores dos EUA, apenas um “corretor” chinês chegou a movimentar de US$ 25 milhões e US$ 65 milhões em receitas de drogas ilícitas entre 2016 e 2018, quando foi detido.

Acredita-se que a quadrilha trabalhe na cidade mexicana de Guadalajara e inclua lucros de diversas organizações, como sindicatos e o famoso Cartel de Sinaloa – antes sob comando de Joaquin “El Chapo” Guzman, condenado em fevereiro de 2019.

Ameaça crescente

O Departamento do Tesouro dos EUA e a Europol já alertaram sobre a expansão da rede criminosa de cartéis via instituições chinesas.

Em novembro de 2019, o braço policial da União Europeia apontou que os grupos representam uma “ameaça crescente”. Já os EUA colocaram as redes criminosas na listas de “principais ameaças” ao seu sistema financeiro.

As desgastadas relações entre Washington e Beijing em meio a disputas comerciais, financeiras e tecnológicas também não facilitam a investigação. De acordo com a Reuters, o governo chinês não tem facilitado o rastreio do fluxo de dinheiro no país.

A China também não colabora para se infiltrar nas redes de lavagem – questão que aumenta a dificuldade em capturar os culpados. “É a forma mais sofisticada de lavagem de dinheiro que já existiu”, disse uma das fontes ligadas à investigação.

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