Em meio a um impasse com o Egito e o Sudão por conta da Barragem da Renascença, no Rio Nilo Azul, a Etiópia proibiu de forma unilateral todos os voos sobre a região.
Adis Abeba alega “medidas de segurança”, informou a Al-Jazeera nesta segunda (5).
De acordo com o diretor-geral da Aviação Civil etíope, Wesenyeleh Hunegnaw, o mudança teria como objetivo a “proteção da usina hidrelétrica“. Ele se recusou a dar mais detalhes.
Adis Abeba iniciou o enchimento do reservatório de 74 bilhões de metros cúbicos em junho sem qualquer acordo com os vizinhos. A decisão motivou a recente retirada do apoio dos Estados Unidos à construção.
O local é alvo de disputa entre os três países porque influencia de forma direta a já escassa oferta de água às populações locais. Os governos egípcio e sudanês exigem acordo para que a Etiópia continue a obra.
A barragem do Rio Nilo fica a 15 quilômetros da fronteira da Etiópia com o Sudão e fornece 90% da água potável consumida pelos egípcios.
A presidente etíope, Sahle-Work Zewde, também afirmou nesta segunda (5) que a estrutura passará a gerar energia até outubro de 2021. “Começaremos com as duas turbinas”, disse.
O projeto, iniciado em 2011 e estimado em US$ 4 bilhões, transformaria a Etiópia no principal exportador de energia da África.