Em Uganda, opositor Bobi Wine suspende campanha após ataques violentos

O carro com membros da equipe de campanha foi baleado pelas forças policiais após conflito com apoiadores

O cantor e principal candidato de oposição das eleições em Uganda, Bobi Wine, decidiu suspender a campanha eleitoral após ataques violentos contra membros de sua equipe, na terça (1).

O carro em que os profissionais estavam foi baleado e diversos integrantes da campanha ficaram feridos em meio a um confronto entre a polícia e seus apoiadores, disse a Al-Jazeera.

“Minha campanha está suspensa por tempo indeterminado”, afirmou o candidato, cujo nome é Robert Kyagulanyi. “Queremos saber por que estamos sendo torturados. Nossa campanha é afetada pela brutalidade policial“.

Na Uganda, opositor Bobi Wine suspende campanha após ataques violentos
Forças policiais acertam carro da equipe do candidato Bobi Wine, na cidade de Jinja, Uganda (Foto: Twitter/Bobi Wine)

O avanço contra a equipe de Bobi Wine é o pico de violência em Uganda, que deve realizar eleições em 14 de janeiro. O opositor tenta derrotar o presidente autoritário Yoweri Museveni, há 34 anos no poder.

No Twitter, o candidato afirmou que os policiais teriam atirado e estourado os pneus do carro depois que a equipe tentou sair do local de conflito. O grupo estava na cidade de Jinja, ao leste do país.

Escalada de violência

Uganda não foge à realidade de outras nações africanas: assim como na Costa do Marfim e Guiné, o país está imerso em protestos pelo fim de governos autoritários que se estendem por décadas.

Em comum, os presidentes se reafirmam no poder através de emendas constitucionais e, assim, persistem à frente das nações mergulhadas em altos índices de pobreza.

Para diminuir os protestos, as forças armadas promovem ataques contínuos. Em 18 de novembro, mais de 50 pessoas morreram em confrontos com a polícia após a prisão de Bobi Wine por violar as medidas de distanciamento.

O cantor foi preso duas vezes desde que se candidatou à presidência do país. O cargo também é cobiçado por Museveni, que já lançou sua candidatura à reeleição.

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