ONU: Casos de Covid-19 na África ultrapassam 3 milhões

Registros diários são 39% mais altos que pico da primeira onda, em julho; números devem subir nos próximos dias

Este conteúdo foi publicado originalmente na agência ONU News, da Organização das Nações Unidas

Os casos de Covid-19 na África já ultrapassaram a marca de 3 milhões e os números diários são superiores aos do pico da primeira onda, alertou a OMS (Organização Mundial da Saúde).

O continente também está lidando com novas variantes do vírus. Segundo a OMS, medidas de saúde pública são cada vez mais críticas para evitar um aumento descontrolado de infecções que podem levar os hospitais ao colapso. 

Entre 28 de dezembro e 10 de janeiro, a África registrou uma média de 25 mil casos diários – 39% superior ao pico de julho. Os casos estão aumentando desde meados de setembro, com um aumento mais acentuado no final de novembro. 

A estimativa é de que esses números subam nos próximos dias à medida que as pessoas retornam de viagens e reuniões realizadas durante as férias de Natal e Ano Novo, em dezembro.

ONU: Casos de Covid-19 na África ultrapassam 3 milhões
Mulher lava as mãos antes de entrar em unidade de saúde na cidade de Tamale, ao nordeste de Gana, em maio de 2020 (Foto: Unicef)

Variantes 

Além disso, uma nova variante do vírus, chamada 501Y.V2, está circulando na África do Sul. A mutação é responsável pela maioria das novas infecções durante a segunda onda.

Também há registro da variante no Botsuana, Gâmbia e Zâmbia. Segundo a OMS, as mutações são previsíveis e, quanto mais a pandemia se espalha, maior a probabilidade de mudanças. 

Uma análise preliminar mostra que a nova variante é mais transmissível, mas não há indicações de que aumente a gravidade da doença. Investigações mais profundas estão sendo realizadas. 

“Mesmo que a nova variante não seja mais potente, um vírus que se espalha mais facilmente dobra a pressão sobre hospitais e profissionais de saúde que já estão sobrecarregados”, disse a diretora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti.

A Nigéria também está realizando mais investigações sobre uma nova variante. Por enquanto, não existem relatos de que a variante que surgiu no Reino Unido esteja em circulação na região africana. 

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Estudantes usam máscara em escola primática de Luwambaza, no Malaui, em setembro de 2020 (Foto: Unicef/Malawi)

Esforços 

Com o apoio da OMS, os países africanos estão aumentando os esforços de sequenciamento do genoma, que são essenciais para encontrar e compreender estas novas variantes. 

A agência também desenvolveu orientações para contenção e está ajudando os países a transportar amostras com segurança para sequenciamento e análise. 

Apesar do progresso, o continente realizou pouco mais de 5 mil sequenciamentos até o momento, cerca 2% do total feitos no mundo. 

“Os países devem persistir com as medidas comprovadas que ajudaram a deter a propagação do vírus durante a primeira onda, como distanciamento físico, lavagem das mãos e uso de máscaras em espaços públicos”, instou Moeti.

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