Bolsa de Hong Kong impõe prazo para que a Evergrande evite a deslistagem

Afundada em uma divida bilionária, incorporadora chinesa precisa atender uma série de exigências até a data estipulada

A Bolsa de Valores de Hong Kong impôs o prazo de 20 de setembro de 2023 para que a incorporadora chinesa Evergrande, afundada em uma divida bilionária, atenda a uma série de exigências e, assim, evite a a deslistagem. Atualmente, a negociação das ações da empresa está suspensa. As informações são do site espanhol EjePrime.

Entre as demandas da Bolsa de Hong Kong destacam-se a publicação de todos os resultados financeiros exigidos e a divulgação de todas as informações relevantes para que acionistas e investidores conheçam a real situação financeira da empresa.

Depois de expandir os negócios e tomar empréstimos a uma velocidade vertiginosa, a Evergrande alega que tem lutado para juntar o dinheiro que precisa para honrar dívidas em atraso, empréstimos pendentes e salários atrasados ​​para os trabalhadores que construíram inúmeros de seus imóveis em toda a China.

Com um passivo de US$ 300 bilhões, a incorporadora prometeu divulgar até o final de julho um plano de reestruturação. A reorganização da Evergrande, a maior já feita no país asiático, é tida como um momento decisivo na história do mercado de títulos em dólar no continente. Porém, não está claro como ela será capaz de garantir dinheiro suficiente para implementar o plano de pagamento. 

China Evergrande Group: crise ameaça crescimento econômico da China (Foto: Wikimedia Commons)
Ratings retirados

Em dezembro, a agência de classificação de risco de crédito Fitch taxou a companhia como inadimplente, e no início deste mês retirou os ratings dela e de duas de suas subsidiárias, Hengda Real Estate Group e Tianji Holding.

“A Fitch retirou os ratings porque a Evergrande e suas subsidiárias optaram por deixar de participar do processo de rating. Portanto, a Fitch não terá mais informações suficientes para manter os ratings. Assim, a Fitch não fornecerá mais ratings ou cobertura analítica para a Evergrande e suas subsidiárias”, disse comunicado da agência.

Os ratings são avaliações emitidas por agências de classificação de risco sobre a qualidade de crédito. “As agências avaliam a capacidade de um emissor de honrar suas obrigações financeiras integralmente e no prazo determinado. Vale lembrar que é opção da instituição emissora contratar ou não esse tipo de serviço”, explica a plataforma de investimento Nu Invest.

Por que isso importa?

Foi o endividamento da Evergrande que chamou a atenção para a crise imobiliária chinesa, símbolo das dificuldades enfrentadas pela economia local e seu outrora próspero setor. Depois de expandir e tomar empréstimos a uma velocidade vertiginosa, a incorporadora alega que tem lutado para juntar o dinheiro que precisa para honrar dívidas em atraso, empréstimos pendentes e salários atrasados.

Hui Ka Yan, fundador e presidente da companhia e que encabeça a lista de bilionários devedores do setor imobiliário chinês, já perdeu pagamentos de cerca de US$ 20 bilhões em títulos internacionais e ainda não ofereceu um plano de reestruturação viável para a empresa. Ele tentou restaurar a confiança no seu negócio em fevereiro, ao descartar a venda de ativos, alegando que a empresa concluiria metade de seus projetos restantes no decorrer de 2022.

No dia 21 de março, a Evergrande teve suspensa a negociação de suas ações na bolsa de Hong Kong e foi avisada de que precisa informar as autoridades locais sobre como será executada a reestruturação da companhia. No dia seguinte ao anúncio, a gigante chinesa teve cerca de US$ 2,1 bilhões em dinheiro apreendidos por bancos para o pagamento de credores.

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