Crescem dúvidas sobre paradeiro de Jack Ma, da Alibaba, após críticas à China

Empresário não é visto há dois meses; Beijing anunciou investigação contra Ma após críticas ao sistema financeiro

O não comparecimento de Jack Ma – fundador do Alibaba e um dos homens mais ricos e influentes do mundo – à final do seu próprio show de talentos, em novembro, alimenta especulações sobre o paradeiro do empresário chinês.

Outro diretor do Alibaba substituiu Jack de última hora no “Africa’s Business Heroes”, programa que premia empreendedores africanos com US$ 1,5 milhão, apontou o jornal britânico Telegraph.

À época, um porta-voz afirmou que o empresário não pôde participar da premiação por um “conflito de agenda”. Desde então, Jack não foi mais visto. Sua última postagem no Twitter foi em 10 de outubro.

Cresce especulação sobre paradeiro de Jack Ma após críticas à China
O empresário chinês Jack Ma em dicurso no Encontro Anual do Banco Mundial na capital da Indonésia, Bali, em outubro de 2018 (Foto: World Bank)

A principal suspeita é que o bilionário esteja sob custódia de Beijing. O governo chinês anunciou, no dia 23, que investigaria Ma e seu conglomerado comercial e tecnológico por monopólio.

A medida é uma resposta aos comentários do empresário em Xangai no dia 24 de outubro. Jack criticou o sistema de regulação da China por “sufocar a inovação” e classificou as regras bancárias como “ultrapassadas”.

Pouco depois, em 19 de novembro, o governo chinês suspendeu a IPO (Oferta Pública Inicial, em inglês) do Ant Group, estimado em US$ 30 bilhões. A fintech ligada à Alibaba estava prestes a realizar o maior IPO da história.

Desde o cancelamento, a queda das ações do grupo chegou a 8% na Bolsa de Hong Kong.

Alibaba na mira

Os rivais Alibaba e Tencent enfrentam uma onda de pressão nunca antes vista na China que, até então, via as empresas como símbolo de prosperidade e proeza tecnológica.

O acúmulo de centenas de milhões de usuários e a crescente influência no cotidiano chinês podem ter motivado os freios do governo de Beijing às duas gigantes de tecnologia.

No projeto de regras antimonopólio, divulgado em novembro pelo governo chinês, o governo central ganha ampla liberdade para restringir as atividades de empresários já consolidados no mercado.

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