Brics anuncia força-tarefa de combate ao terrorismo e apoio a desnuclearização do Irã

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul também concordaram em apoiar a diplomacia no acordo anti-nuclear do Irã

Os membros do Brics – Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul – concordaram em instaurar uma força-tarefa de combate ao terrorismo nesta terça (1), em reunião virtual. O grupo ainda demonstrou apoio à retomada do acordo nuclear do Irã, registrou a agência indiana ANI.

Os cinco países reiteraram o enfrentamento a organizações terroristas “em todas as formas e manifestações”, incluindo o movimento transfronteiriço e redes de financiamento. O próximo passo é intensificar os esforços para aderir à Convenção Abrangente sobre o Terrorismo Internacional.

Brics anuncia força-tarefa de combate ao terrorismo e apoio a desnuclearização do Irã
Cúpula virtual do Brics em junho de 2021; da esquerda para a direita, os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov; da Índia, Subrahmanyam Jaishankar; da África do Sul, Naledi Pandor; da China, Wang Yi; e do do Brasil, Carlos Alberto Franco Franca (Foto: Reprodução/Itamaraty)

Na cúpula de novembro, o grupo decidiu que finalizaria um plano de ação contraterrorismo até o final de 2021. O aumento significativo de produção e tráfico de drogas e outros ilícitos está no topo das demandas.

A questão do Irã, segundo os ministros, deve ser resolvida por “meios pacíficos e diplomáticos” baseados no direito internacional. A condição inclui as negociações para a retomada do JCPOA (Plano de Ação Conjunto, na sigla em inglês), que prevê condições mútuas entre o país e os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Assinado em 2015, o acordo foi paralisado em 2018, quando Donald Trump, então presidente dos EUA, alegou que Teerã descumpria as regras. Empossado em janeiro, Joe Biden optou por reviver o tratado.

Direitos humanos

Os ministros também reiteraram a necessidade de os países do Brics cooperarem na “promoção e proteção aos direitos humanos”. O grupo disse querer fortalecer a cooperação multilateral – em especial com o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

A China ganhou um assento no órgão em outubro do ano passado, após destronar a Arábia Saudita. O país é questionado por sua repressão às minorias religiosas, em especial os muçulmanos uigures, enquanto a Rússia já recebeu uma gama de sanções externas após a prisão e perseguição a dissidentes políticos, como Alexei Navalny.

Enquanto membros do Brics, os países concordaram em “proteger e cumprir os direitos humanos de forma não seletiva, não politizada e construtiva”, afirma o comunicado conjunto.

Órgão multilateral não-deliberativo, o Brics reúne cinco países que, juntos, somam mais de 3,6 bilhões de pessoas – metade da população mundial. O grupo representa 25% do PIB (Produto Interno Bruto) global.

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