África concentra 19 dos 30 países que estimam crescimento do PIB em 2020

Haverá crescimento em nações onde há muita agricultura e pouco turismo, de acordo com o Banco Mundial

Ao menos 19 países da África devem apresentar crescimento no PIB (Produto Interno Bruto) em 2020, destacou um relatório do Banco Mundial. Espera-se crescimento para este ano, graças à pandemia, em apenas 30 países do mundo.

Em meio a conflitos e com boa parte da população abaixo da linha da pobreza, nações como Benin, Burkina Faso, Burundi, República Centro Africana, Costa do Marfim, Etiópia, Gambia, Gana, Guiné, Quênia, Malaui, Mali, Moçambique, Níger, Senegal, Tanzânia, Togo, Uganda e Ruanda devem viver registrar algum crescimento mesmo durante a pandemia da Covid-19.

Os países têm em comum uma menor dependência do comércio global e mercado interno expressivo – ainda que baseado na informalidade. Esses países têm como principal produto a agricultura e dependem pouco do turismo, explica o relatório.

África concentra 19 dos 30 países que estimam crescimento do PIB em 2020
Mulheres agricultoras no a perfieria da capital da Etiópia, Adis Abeba, em outubro de 2019 (Foto: Nora Castaneda-Alvarez/Crop Trust)

“Esses países tendem a depender mais do setor agrícola, que, em média, está menos exposto à queda nos preços das commodities desde o início da pandemia”, apontam os economistas da entidade.

O crescimento, no entanto, será menor que o avanço esperado em um cenário pré-pandemia, destacou o Banco Mundial.

Exemplo da Etiópia

Um caso de sucesso na resposta econômica à pandemia na África é do governo da Etiópia, que promoveu reformas para abrir o país e estimular investimentos. A pouca dependência do petróleo como produto de exportação ajudou o país a driblar os efeitos da queda de preço do barril – ao contrário do que ocorreu nos outros países da região.

Em consequência, o país deve crescer 3,2% neste ano – o maior índice no continente, depois de Uganda, com 3,3%.

Em todo o mundo, a África registra o menor número de contágios pelo novo coronavírus, embora haja forte subnotificação.

Porém, o continente viveu há pouco tempo outras epidemias, como a de Ebola, e tem clima quente e úmido, que dificulta a proliferação do vírus, disse o médico virologista Christian Bréchot à agências de notícias francesa (RFI) Radio France Internacional.

A Guiana, na América Latina, apresenta o maior índice de crescimento, de 51,1%. O aumento é motivado pelo início da exploração do equivalente a oito bilhões de barris de petróleo, descobertos em 2015 na costa do país.

Em menor escala, estima-se que haverá crescimento na China (1%), Laos (1%), Mianmar (1,5%), Vietnã (2,8%), Uzbequistão (1,5%), Djibuti (1,3%), Egito (3%), Bangladesh (1,6%), Butão (1,5%) e Nepal (1,8%).

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