Dinamarca e Holanda prendem quatro suspeitos de planejar ataque terrorista

Operação coordenada pelos dois países levou às detenções, três delas em Copenhague e uma em Roterdã

Autoridades de segurança da Dinamarca e da Holanda anunciaram nesta quinta-feira (14) as prisões de quatro indivíduos acusados de planejar um ataque terrorista na Europa. Uma operação coordenada pelos dois países levou às detenções, três delas em Copenhague e uma em Roterdã. As informações são da agência Associated Press (AP).

“A investigação revelou que uma rede de pessoas vinha preparando um ato terrorista”, disse Flemming Drejer, superintendente-chefe do Serviço Dinamarquês de Segurança e Inteligência (PET, na sigla em dinamarquês). “As detenções e as buscas que realizamos hoje se baseiam numa investigação intensiva que o PET realizou em estreita cooperação com os nossos parceiros no exterior.”

De acordo com as autoridades holandesas, a Alemanha também participou indiretamente da operação, fornecendo pistas que levaram à detenção realizada em Roterdã.

No caso da Dinamarca, o país elevou recentemente o alerta de ameaça terrorista ao nível quatro, “significativo”, o segundo mais alto em uma escala que vai até cinco. A medida foi motivada, segundo o governo, pela guerra entre Israel e Hamas, que acirrou os ânimos entre apoiadores dos dois lados.

“Isto é extremamente sério”, disse a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen. “É claro que, em relação a Israel e Gaza, é completamente inaceitável que alguém traga um conflito de outro local do mundo para a sociedade dinamarquesa”, acrescentou.

O dinamarquês Rasmus Paludan queima um Alcorão em Copenhague (Foto: Funk Monk/WikiCommons)

Também geram tensão os recentes episódios de queima do Alcorão em países escandinavos, uma forma de protesto idealizada pelo político de extrema direita dinamarquês Rasmus Paludan.

Numa tentativa de amenizar o impacto de tais atos, que geram indignação na comunidade muçulmana, o parlamento dinamarquês aprovou na quinta-feira passada (7) uma proposta de lei que torna ilegal a profanação de escrituras sagradas em locais públicos.

Outra medida adotada pelas autoridades dinamarquesas foi o aumento do policiamento em espaços públicos com grande presença de público e em estabelecimentos judaicos.

Europa em alerta

O problema, porém, não se resume a Dinamarca e Holanda. Toda a Europa está em alerta para o risco de ataques terroristas, com dois episódios recentes, ambos com vítimas fatais, justificando a precaução.

O atentado que fez novamente a Europa abrir os olhos para a ameaça terrorista ocorreu no dia 16 de outubro, em Bruxelas, onde um homem de origem tunisiana, que havia jurado lealdade ao Estado Islâmico (EI), matou dois cidadãos suecos com um rifle.

O extremista, mais tarde morto pela polícia belga, disse que agiu motivado pelo sentimento de vingança devido à queima do Alcorão por manifestantes na Suécia. Por isso os alvos dele foram cidadãos suecos, que visitavam a Bélgica por conta de uma partida de futebol.

Mais recentemente, no dia 2 de dezembro, um cidadão alemão foi morto a facadas em Paris por um homem que disse ter agido em nome da mesma organização terrorista.

Também foram registradas diversas ameaças de bomba em países do continente, levando ao fechamento de escolas em Viena, na Áustria, em Bruxelas, na Bélgica, e de atrações turísticas como o Museu do Louvre, em Paris.

Após o atentado de Bruxelas, o presidente francês Emmanuel Macron já havia afirmado que “todos os Estados europeus são vulneráveis, ​e há de fato um ressurgimento do terrorismo islâmico.”

Ylva Johansson, chefe de assuntos internos da União Europeia (UE), fez manifestação semelhante logo após o ataque na França.

“Com a guerra entre Israel e Hamas e a polarização que provoca na nossa sociedade, com a época festiva que se aproxima, existe um enorme risco de ataques terroristas na União Europeia”, declarou Johansson na semana passada, segundo relatou a rede Euronews.

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