Empresas que patrocinam os Jogos Olímpicos possibilitam as atrocidades da China

Artigo contesta patrocinadores dos Jogos de Inverno Beijing 2022 e diz que eles ajudam a financiar o regime repressivo da China

Este artigo foi publicado originalmente em inglês no site Bakersfield.com

Por Robby Smith

Enquanto a China se prepara para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, Beijing fez recentemente um anúncio impressionante. Qualquer atleta que se manifeste “contra as leis e regulamentos chineses” estará sujeito a “punição”. Beijing afirma que é a “parte inocente” no enredo, mas a ameaça aos atletas é apenas o último ato do Partido Comunista Chinês (PCC) – e prova que [o PCC] tem muito a esconder. Infelizmente, algumas das maiores e mais conhecidas empresas dos Estados Unidos parecem satisfeitas em ajudar a financiar o regime repressivo e autoritário de Beijing.

Desde 2017, o PCC “desapareceu” com mais de um milhão de uigures e outras minorias étnicas em uma vasta rede de “campos de reeducação” no oeste da China. Estima-se que pelo menos 80 mil deles tenham sido posteriormente transferidos para campos de trabalho forçado em fábricas em toda a China.

Essencialmente, a China está usando os uigures como trabalho escravo, inclusive para marcas globais conhecidas como Apple, BMW, GAP, Nike, Sony e Volkswagen.

Mas também há prisão e tortura de prisioneiros políticos no Tibete por Beijing e repressão a manifestantes democráticos em Hong Kong. Acrescente a isso condições brutais de trabalho em toda a China – incluindo a infame fábrica da Foxconn que exigia que os trabalhadores assinassem uma promessa de não suicídio – e fica claro que Beijing se importa pouco com os direitos humanos.

Empresas que patrocinam os Jogos Olímpicos possibilitam as atrocidades da China
Estádio Nacional, o Ninho do Pássaro, receberá a abertura e o encerramento dos Jogos Beijing 2022 (Foto: Wikimedia Commons)

A questão é por que o Comitê Olímpico Internacional (COI) concordou em permitir que a China sediasse uma competição internacional. As Olimpíadas são vistas há muito tempo como uma conquista suprema – o momento de orgulho de um país anfitrião no centro das atenções. A decisão do COI conferiu legitimidade ao maior violador de direitos humanos do mundo.

Houve pedidos para boicotar os “jogos do genocídio” de Beijing. E os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália já anunciaram um boicote diplomático que impede a participação de funcionários do governo. Além disso, os atletas dos EUA foram alertados sobre o estado de vigilância pesada de Beijing.

Mas ainda há outra questão preocupante: por que algumas das empresas favoritas dos Estados Unidos estão pagando alegremente milhões para financiar Beijing?

Os principais patrocinadores dos jogos de Beijing incluem Airbnb, Coca-Cola, Intel, Visa e Procter & Gamble. Cada empresa comprometeu cerca de US$ 100 milhões para ajudar a organizar os Jogos. Fazer isso oferece a eles uma enorme oportunidade de publicidade global. Mas também significa que, quando o COI distribui bilhões de dólares, dá muito ao país anfitrião.

Supõe-se que Beijing usará esse financiamento do COI para ajudar a pagar estádios, equipamentos e instalações esportivas. Mas, no mundo obscuro do financiamento atlético, ninguém sabe realmente o que Beijing está fazendo. Como resultado, Coca-Cola, Visa e outros estão essencialmente entregando muitos milhões de dólares ao regime repressivo da China – sem fazer perguntas.

Essas empresas estão ajudando a esconder as atrocidades de Beijing. Isso é inaceitável. E à medida que os americanos aprendem mais sobre a China, eles podem descobrir que seus fundos de aposentadoria e investimentos estão apoiando indiretamente as mesmas empresas que agora ajudam a sustentar o espetáculo olímpico de Beijing.

Pode ser tarde demais para transferir os jogos da China. Mas marcas americanas populares não devem apoiar as violações de direitos humanos da China. E os consumidores e investidores dos EUA devem rejeitar as empresas que se acomodam ao regime feio da China.

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