Oriente Médio demanda 40% da ajuda humanitária global, alerta diretor da Unicef

De acordo com o órgão, 39 milhões de crianças estão em extrema pobreza e dependem de ajuda humanitária

Só o Oriente Médio demanda 40% da ajuda humanitária global, alertou o diretor da Unicef (Agência das Nações Unidas para a Infância), Ted Chaiban, na segunda (7) à Associated Press.

Conforme Chaiban, a região reúne cerca de 39 milhões de crianças em extrema pobreza e com dependência total de assistência. Com conflitos, desastres naturais e a crise da Covid-19, a demanda local é de, no mínimo, US$ 6 bilhões.

“As maiores emergências humanitárias no mundo ocorrem nesta região”, disse Chaiban. O país mais afetado é o Iêmen, que registra o maior desastre humanitário no mundo após cinco anos de guerra civil.

Oriente Médio demanda 40% da ajuda humanitária global
Criança iemenita carrega água potável em meio a escombros da cidadede Aden, no Iêmen, em abril de 2020 (Foto: Unicef)

Segundo a Unicef, todas as 12 milhões de crianças iemenitas carecem de algum tipo de assistência – desde alimentar até de saneamento, saúde, educação e econômica. “Estamos à beira de um precipício no Iêmen”, apontou Chaiban.

O país de 28 milhões de habitantes, com território comparável ao estado brasileiro da Bahia, já soma dois milhões de crianças com desnutrição grave e cinco milhões de pessoas passando fome. Estima-se que 90% da alimentação venha de ajuda humanitária.

Calamidade se espalha

Além do Iêmen, o Líbano também tem alta vulnerabilidade. A paralisia política desde a explosão no porto de Beirute, em 4 de agosto, escancara um Estado falido, com altas dívidas e 75% da população à beira da pobreza.

A crise de refugiados no país também se acentua. Migram para o Líbano palestinos e sírios que fogem de conflitos e perseguição em suas nações de origem. Só a guerra civil da Síria já deslocou milhões desde 2010.

Outros países, como Egito, Irã, Iraque, Líbia, Jordânia e territórios palestinos também enfrentam dificuldades. A Unicef espera arrecadar US$ 2,5 bilhões em assistência emergencial para o Oriente Médio.

Além de insumos básicos, as organizações buscam investir em educação à distância a crianças e adolescentes e direcionar parte ao Covax, iniciativa de distribuição à imunização contra o coronavírus.

No ano passado, a Unicef só conseguiu arrecadar metade do montante necessário para ajudar a região.

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