Diversos líderes sauditas negaram o polêmico encontro secreto deste domingo (22) entre o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.
“A informação é completamente falsa e o suposto encontro não ocorreu”, escreveu Faisal bin Farhan, ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, no Twitter, nesta segunda (23).
Netanyahu e Mohammed teriam se reunido por duas horas a bordo de um jato particular na cidade saudita de Neom, no Mar Vermelho.
Um oficial israelense e o jornal local “Haaretz” teriam confirmado o encontro depois que um jornalista identificou o pouso da aeronave de Tel Aviv em Neom, onde acontecem as negociações pelo reconhecimento do Estado de Israel.

O jato pousou no local às 18h30 – 16h30 no horário de Brasília – e retornou pela mesma rota às 21h50, neste domingo (22). Questionado, Netanyahu afirmou que não comentaria sobre a viagem, mas disse estar “trabalhando para ampliar o círculo da paz“.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, também teria participado da reunião.
Se confirmada, a visita representa o primeiro encontro entre líderes de inimigos históricos. Entre os assuntos discutidos estaria a normalização dos laços com Israel e o Irã, apontou a BBC.
لاحظت ان بعض وسائل الاعلام تناقلت خبر مفاده ان سمو ولي العهد التقى بمسؤولين اسرائيليين ضمنهم رئيس الوزراء خلال زيارة وزير الخارجية الامريكي الاخيرة الى المملكة. الخبر عار عن الصحة تماما و لم يحدث اللقاء المزعوم.
— فيصل بن فرحان (@FaisalbinFarhan) November 23, 2020
Normalização de relações
A mediação dos EUA se tornou protagonista nas relações entre os países do Oriente Médio, por muito tempo divididas pelo conflito de judeus e palestinos.
Com a normalização das relações entre os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Sudão com Israel nos últimos meses, os EUA têm os negócios entre Tel Aviv e Riad como novo alvo. A informação é do correspondente do Oriente Médio da BBC, Tom Bateman.
Além de marcar uma vitória diplomática e comercial, o encontro também envolve controversas vendas de armas e a consolidação de uma rede árabe contra o Irã, inimigo de Washington.
O que se pode esperar, no entanto, é cautela da parte dos sauditas, disse Bateman. Anteriormente, Riad chegou a afirmar que só reconheceria Israel após a criação de um Estado palestino.